vá de retro!
vá de retro!
o que se ouvia quando pus pés e sentidos nas dependências do prédio fundo: navio soterrado, longo túnel, entrada sem saída, escura garganta de fera sacrificada, geladeira de amaldiçoados. haver uma paciente que mais que linda fosse eterna. não podia, trancaram-na. um outro que estimava-se a si tanto que
vaderetro!
igualmente o que era todo gengivas. um rosto-sangue e
vá de!
meia dúzia de meninas peraltas, buliçosas, pérfidas até que
aaaaaahhhhh!
e os bocós de mola. paladares oblíquos. sopitosa audição. e os que grunhiam. rútilos olhinhozinhos. mandíbulas marrons
aaaaaahhhhh!
e os bocós de mola. paladares oblíquos. sopitosa audição. e os que grunhiam. rútilos olhinhozinhos. mandíbulas marrons
vá de!
desígnios da quimicamente remediada solidão. pântano de antiséptico concreto. excrescências triplicavam odores. memória de espectros e seus estertores. lutuosa edificação por onde esquisitos homens, atônitas fêmeas, andrajos seres, agora eu, branco bratáquio visitante. apertava-me de frio e curiosa náusea. meus ímpetos, espantado pesquisador, nas paredes dos quartos, lia-se
aqui o pomar das dores, tubarões e morcegos perfuram tímpanos, os joelhos são retorcidos.
era interpelado pela cruenta galeria e sua memória que incendiavam em minha direção, descortinados. há muito todos os habitantes sem a medicação
vaderetro!
ali estava eu, sem autorização de ofício, sem acompanhamento de enfermeiros ou guardas. no monumental sanatório, todos nós, os insensatos.
Lepre, gostei pra caralho deste. Me lembrou até um pouco o Burroughs, no meio formal. No entanto, o melhor foi o final. Fechamento de ouro, inundando o texto todo de significado. Adorei, cara. Abraço.
ResponderExcluirei Filippo, obrigado. feliz que tenha curtido. vou postar uma série de textos agora, pelo menos até o natal. vamos tomar um café ali no centro qualquer hora? forte abraço, FMan. Lepre.
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