terça-feira, 10 de abril de 2012

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aprende a usar escopetas

há munição, ser frio qual o mês de julho
esteta com assombrações
o ouvido é bom por baixo das canções
silêncios são eternos, digo, não são acessíveis
as rezas enjoam
ou os pesadelos fanáticos e os anjos
de tão caridosos, desmoralizados
o desespero, o cerne da tranqüilidade
a morte, rotina: pega o crachá e desce de elevador
ou não acabasse o que não finda
mas alguns blues salvam os homens
de morrer mais cedo em cada acorde
respira o pulmão cianótico viciado em cidades
choram os cotovelos
nada é a certeza de uma casa de livros
dá-se alguns socos em almofadas
primeiro é possível
depois, cansa
é da moda vestir panca de pacato cidadão
e o manso engatinhar
e comer batata frita aluado
que outra violência pretender?
o frio a rachar ossos dos que falecerão
sempre intuitivo
e a escola do carisma
e as baladas tristes para impressionar
você é bom
mas é preciso envelhecer em como tudo funciona
pensa com seus botões que não pensam
faz cara de azedo
a inteligência age com severidade
desmanchar-se na invisibilidade, pré-requisito
saudável, perece no pulsar dos dias chuvosos
as dores são só da dor
e não é isso a tal fera
nem vomitar no que resta da ternura
está bem tarde para a toalha jogada
só o metal ainda espera brincar de quem é mais triste
coloca os olhos numa forminha de gelo
guarda no congelador
e ah, sê generoso, apazigua aquele
que primeiro desengarrafar o ódio

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