segunda-feira, 8 de novembro de 2010

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Afrodite não tem autores prediletos, mas cenas prediletas de peças que nunca leu até o fim. Afrodite não tem pratos preferidos, mas lanchonetes onde julga haver sandubas bem servidos e saudáveis. Afrodite não devolve meus discos, nem me deixa cortar os pulsos de manhã depois que a ouço cantar um repertório que conheço tão bem como se eu mesmo o tivesse composto com meus três acordes. Afrodite e seus olhos que dizem sempre a verdade não custa caro pra quem sabe mentir. Suas idéias infantis me comovem bem mais do que a filosofia. Contorno suas tetas, barriga, bunda, coxas, panturrilhas. Sua beleza tem o efeito de monomanias em mim. Reparo nos seus dentes e me pergunto se o segredo está em fazê-la sorrir. Enquanto Afrodite sorrir tudo ficará bem, caso contrário, imediatamente borrado, com trevas injetadas nas veias.

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