quarta-feira, 10 de março de 2010

se te conto uma mentira

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parabéns, versão socialista: parabéns de consumo / parabéns materiais / parabéns de produção / para Mercedes Bens / pra ele tudo! / naaadaaa

não tem tese nem antítese, teoria não tem não, também não tem filosofia, é só isso mesmo: socar socar socar o nariz dos teus sonhos

pra mim, manifesto mesmo foi quando Dolly veio à publico e falou: despeça a sua alma gêmea, encontre o seu clone

não se iluda, ou melhor, se iluda sim, o inverossímel também acontece

uma laranja masoquista me olha da fruteira e, enfática, diz: só vou ficar satisfeita quando for descascada e espremida até o bagaço. seja!

péssimo dia pra estar assim tão católico

péssimo dia pra estar assim nem um pouco católico

acabo de escutar essa de um garoto de 22 anos: eu comeria a Hebe

um ataque: os vanguardistas se acabaram porque os vanguardistas não querem acabar

e uma defesa: alguns lêem muitos livros e vão a todas as peças de teatro pra fazer igual. outros, pra fazer diferente

sex é a bailarina cheia de curvas que tá se desmanchando nesse pirex (desculpa, não tô me aguentando. prometo, foi a última)

denorex é o nome de um shampu que virou banda oitentista em plenos anos 2.000 aqui em Curitiba

mentex é um modo de dizer pro teu amigo que vive fazendo merda que ele é um demente. tipo: pô, velho, cê tá mentex, comé que faz uma dessas?

relax é o nome do meu rex

relax é o nome do meu rex mentex que toca banjo na banda denorex (haha, aiai, que estúpido)

a música, minha paz. se agora me adoece, depois me fortalece mais. solidão que desmanchasse na fumaça de um incenso, a música é quando venço

literatura urbana: hoje, assim como tem o fast food, tem o fast foda

jornalismo investigativo: extra, extra, uma mãe acaba de vender a filha a 30 reais, por uma hora

conto policial: o sujeito era um amolador de facas da pior qualidade... ou seja, um assassino dos mais toscos

conto policial: essas coisas acontecem, mesmo os mais bonzinhos podem sair por aí mais hora menos hora dando machadada em velhinhas

o caos faz barulho? o amor também

quem disse que o caos faz barulho? meu universo subjetivo metido a poeta

e o amor, faz barulho?

agora, de fato não penso o caos de maneira científica... pra mim o caos é quando alguém diz: putz, minha vida está um caos

veja como a poesia pode ser canalha. que tal isso? o caos faz barulho? o amor também não

perfeito. seja: o caos faz barulho? o amor também / o caos faz barulho? amor também não. haha. aí vai a nossa "teria do caos"

aliás, "nossa teoria do amor". fica bem melhor assim... eu querendo ser cientista e você cheio de poesia pra dar

sobre o acaso: um lance de dados jamais abolirá o azar

quem (mesmo cientistas) garante que não somos os próprios dinossauros, um tiquinho modificados pelos milênios, é verdade, mas ainda assim?

estou no Fran´s Café. e aqui no Fran´s Café há um problema. o problema é que as garotas bonitas sempre são a namorada de alguém

ler é esforço. é um prazer físico, assim como caminhar quando não se é obrigado a nada. portanto, ler não se lê, caminha-se um livro

de que modo se lê um livro de mil páginas? veja, para se ler um livro de mil páginas, é preciso fazê-lo palavra por palavra, uma a uma

lágrimas de crocodilo... por que essa maldade com o crocodilo? ele não tem o direito, afinal, de chorar a perda do amor da crocodila?

era alguém mostrar uma canção, poema decorado, fazer micagem qualquer, e logo você ouvia ele vibrando com aquele maldito "ponto pra equipe"

confeccionava casaquinhos pro orfanato. até que um dia, tricotando, a velha estacou: crianças chatas, que é que têm que ter dois braços!?

não queira dar uma de esperto... sempre tem alguém vendo você tirar meleca do nariz

o detalhe, o mínimo detalhe... só o detalhe tem profundidade

não sou nada sem o meu violão... e olha que eu nem sequer sei, assim de verdade mesmo, tocar violão

não sou nada sem o meu violão. o problema é que, no final das contas, tudo o que canto soa como eu estivesse lambendo o chão que ela passa

nem mesmo essa canção serve pra dizer adeus. se nela como que aceno um lenço branco de cima do navio, é só por não mais saber nenhuma prece

cara, só lamento! posto assim, sobram 2 opções: ou ser um nada, ou lamber o chão. por respeito aos garis, não pare de cantar

então vou fazer isso, amigo, vou sair com os garis pedindo que me deixem fazer serenatas com eles

segura o cigarro. acende. larga o isqueiro. segura a garrafa. bebe. a lua na janela. não sabe dizer se está sendo uma noite difícil ou não

levanta. em seguida senta. traga. bebe. levanta. e novamente senta. cães uivam. vai até a janela. o ar está frio. é lua cheia. e nem sinal

é necessário acordar o corpo, sabe. taí um método eficaz de dialogar com a felicidade. o corpo acordado é o que está de acordo com si mesmo

se eu enfiei o pé na jaca? porra, meu irmão, a jaca é minha pantufa

todo mundo gosta de mim, só não gosta quem ainda não me conhece — foi o que disse o homem que ninguém conhecia

pra eu me lembrar: ninguém é burro... só o burro

pra eu sempre me lembrar: a vida é mais humana quando a gente é humano

isso fosse arte e não a bosta dum confessionário, usaria um pseudônimo... seja, luiz felipe leprevost é pseudônimo de luiz felipe leprevost

cantar, cantar, cantar, seria tudo que poderia fazer por mim, não fosse o fato de que, pra mim, cantar é o mesmo que ter um enfarte depois do outro

aguente-se, amigo, aguente-se... é tudo que posso dizer pra mim nesse momento

negação seguida de negação, e aqui estou eu novamente doendo em versos... poetas infames

como estou me sentindo? como se eu estivesse abraçado a uma colméia

ou como eu fosse um peixe que, invés de nadando em águas claras, estivesse mergulhado em miragens

e é inevitável reparar como os pneus de trás sempre seguem os da frente

o coração de algumas pessoas não passa de um pneu rugoso

tudo como se só fosse possível filosofar de verdade no insuportável

o amor só deita na cama de quem não está só

a cama... grande porcaria ter uma solidão king size
já me amaram como a um filho que não nasceu, e isso não presta

se não há nada em minha carne, por que nesse momento sinto como ela fosse o mármore fervilhante de feridas supuradas?

o cérebro é um fosso, e lá no fundo dele reside um bando de crocodilos vorazes sem cérebro

sabe, os gatos que ouvimos chorar de madrugada são a reencarnação de crianças mortas prematuramente

bilhete suicida: bom, agora vou me retirando, tenho muito o que fazer ainda hoje. beijabraço pra quem fica

Curitiba... cidade onde até o girassol tem torcicolo, as pedras das calçadas mais duras pedem colo e os roqueiros mais tolos tocam o pau
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4 comentários:

  1. estou no Paris Café. e aqui no Paris Café há um problema. o problema é que as garotas bonitas sempre são cafetinadas por alguém

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  2. haha, Ayrton. perfeita observação. abração aí. lepre.

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  3. É isso aí man! Usando e abusando da tecnologia. O twitter a função da literatura. Ou a literatura a função do twitter? Dalton Trevisan já fazia isso há muito tempo. Grande guru!

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