segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

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É desse lugar que falo

a liberdade afirmando ser um jogo
de xadrez num lugar onde não há lua
quando olhamos pela janela

e eu procurando pretextos tenho muitos rios
em especial um chamado Narciso
tenho praças, e essa Nomeiodonada
e Nuncamais, o lixão que não admite reciclagem
depois que algo é posto fora

tenho Singélida, a cidade onde habitam
os que desprezam quando admiram
e se entregam de olhos fechados, mordendo os lábios
ao mesmo tempo em que se preparam pra dar o bote

é desse lugar que falo sobre um tipo de ódio
que vem engarrafado, antídoto
tomado em doses homeopáticas
no intuito de evitar que a história
seja sempre fraturas expostas

sabe, a passividade embrutece mesmo agora
quando apenas faço meu trabalho e morro de medo de
sem me dar conta, mais uma vez estar participando
de um banquete pra urubus

é que a gente percebe
quando mesmo o amor mais devotado
nos quer jogado no lixo

2 comentários:

  1. A fuder.
    É sempre um prazer
    passar por aqui.

    E sempre é bom rasgar os mapas
    que guardamos no crânio,
    pois sempre sobra um croqui.

    Bom ano, Lepre!

    Ivan

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  2. Você cria nomes e cidades perfeitos, sempre te disse isso man. Adoro Singélida!

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