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Foi você! Foi você!
Com uma voz de barriga, porosa, ela pede: Me chupa.
Ele se abaixa. Ela abre as pernas manchadas com hematomas azul-rosáceos. Loiro é o menino. E sem barba. O seu é um rosto liso feito um bloco de gelo que lentamente derretesse. Ele afasta a calcinha dela para o lado. Os pentelhos surgem duros. A boca dele vence o tufo e sua língua encosta na parte úmida, na carne borbulhante. A língua é um punhado de neve que ao sutil toque na frigideira evapora. A mulher geme baixo. Um sussurro grave e falhado vem ao mesmo tempo em que pede: Me bate.
Ele, sons misturados em suas orelhas, pensa ter ouvido errado.
Quê?
Me machuca.
Isso eu não faço.
E a mulher: Faz sim, estou pagando.
Ele reage: Não gosto de bater nas pessoas.
Se você não gosta, quem foi que fez isso nas minhas pernas?
O menino sabe que não foi ele. Essa é a primeira vez que se encontra com a mulher. E ele jamais a machucaria. Está confuso. Como que para elucidá-lo a mulher começa a narrar a minúcia com que ela o fizera espancar suas coxas na noite anterior. A cada barbaridade explicitada com ênfase e gozo por ela o menino diz “como?”
Meu Deus, pensa, bem que me falaram que a mãe do Silvio era uma louca ninfomaníaca.
É uma situação incômoda para ele. Um deleite para ela. Ao final da terceira o menino entra em colapso, fica catatônico, rijo feito um bezerro de frigorífico. Então, sem mais o que sugar, a mulher, entediada, veste-se e sai do quarto. Ele a alcança. É seu escravo agora.
Tenho família, preciso que você vá pra casa, meu fofo.
O menino se veste e sai. Mas ela se arrepende e vem atrás na escada.
Volta, por favor, diz a mulher.
Ele faz que não. Ela o puxa pelas mãos. Entram no apartamento. Ele vai para o banheiro e mija. Demora-se um pouco. Volta ao quarto, sobre a cama vê a mãe de seu amigo vestindo calcinha apenas.
O dinheiro?, ele exige.
Pode pegar na minha bolsa.
Ele vai até a poltrona, abre a bolsa, a carteira, pega tudo o que tem. Conta e guarda no bolso. Então se volta para a mulher. Não pode não achar bizarra a quantidade de hematomas nas coxas dela. As manchas parecem a todo instante acusatórias gritar “foi você! foi você!”
O menino sabe que precisa ir embora dali o mais rápido possível, pode estar assinando sua sentença de morte, alguém pode chegar a qualquer momento. Mas a voz porosa, vinda do ventre da mulher, penetra em seu sangue feito curare.
Com uma voz de barriga, porosa, ela pede: Me chupa.
Ele se abaixa. Ela abre as pernas manchadas com hematomas azul-rosáceos. Loiro é o menino. E sem barba. O seu é um rosto liso feito um bloco de gelo que lentamente derretesse. Ele afasta a calcinha dela para o lado. Os pentelhos surgem duros. A boca dele vence o tufo e sua língua encosta na parte úmida, na carne borbulhante. A língua é um punhado de neve que ao sutil toque na frigideira evapora. A mulher geme baixo. Um sussurro grave e falhado vem ao mesmo tempo em que pede: Me bate.
Ele, sons misturados em suas orelhas, pensa ter ouvido errado.
Quê?
Me machuca.
Isso eu não faço.
E a mulher: Faz sim, estou pagando.
Ele reage: Não gosto de bater nas pessoas.
Se você não gosta, quem foi que fez isso nas minhas pernas?
O menino sabe que não foi ele. Essa é a primeira vez que se encontra com a mulher. E ele jamais a machucaria. Está confuso. Como que para elucidá-lo a mulher começa a narrar a minúcia com que ela o fizera espancar suas coxas na noite anterior. A cada barbaridade explicitada com ênfase e gozo por ela o menino diz “como?”
Meu Deus, pensa, bem que me falaram que a mãe do Silvio era uma louca ninfomaníaca.
É uma situação incômoda para ele. Um deleite para ela. Ao final da terceira o menino entra em colapso, fica catatônico, rijo feito um bezerro de frigorífico. Então, sem mais o que sugar, a mulher, entediada, veste-se e sai do quarto. Ele a alcança. É seu escravo agora.
Tenho família, preciso que você vá pra casa, meu fofo.
O menino se veste e sai. Mas ela se arrepende e vem atrás na escada.
Volta, por favor, diz a mulher.
Ele faz que não. Ela o puxa pelas mãos. Entram no apartamento. Ele vai para o banheiro e mija. Demora-se um pouco. Volta ao quarto, sobre a cama vê a mãe de seu amigo vestindo calcinha apenas.
O dinheiro?, ele exige.
Pode pegar na minha bolsa.
Ele vai até a poltrona, abre a bolsa, a carteira, pega tudo o que tem. Conta e guarda no bolso. Então se volta para a mulher. Não pode não achar bizarra a quantidade de hematomas nas coxas dela. As manchas parecem a todo instante acusatórias gritar “foi você! foi você!”
O menino sabe que precisa ir embora dali o mais rápido possível, pode estar assinando sua sentença de morte, alguém pode chegar a qualquer momento. Mas a voz porosa, vinda do ventre da mulher, penetra em seu sangue feito curare.
Muito bom man! Adorei a inversão de papéis do que estamos habituados a ver, e toda a simbologia dos hematomas, cheiros e pudores. Foda!
ResponderExcluirCacetada, Lepre! Cacetada!... eu ainda não me habituei com a idéia de que toda essa crueza vil sai da sua cabeça, um cara tão tranquilo e afável. Acho que isso só eleva ainda mais o mérito da genialidade. Muito bom! Forte!
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