..........Ao acaso, encontrei com Eldorado uma segunda vez na fila do Circo Voador.
..........Pode me chamar de ÉL, não tolero formalidades, me disse.
..........Sempre que eu estava no Circo por livre associação chegavam-me à mente imagens do globo da morte com suas motocicletas velozes e barulhentas. O show da noite era com Tom Zé. Chovia. Àquela altura eu já tinha bebido todas no Arco-íris e fumado pelo menos uns dois baseados, então quando fechava os olhos Tom Zé virava um motoqueiro alucinado. O som da banda era o motor das motos. Eu suava.
..........Espremido no meio da multidão, dividi um novo baseado com ÉL, enquanto sons e luzes explodiam entre intervalos de segundos. Tom Zé detonava versos clássicos como “a Brigitte Bardot está ficando velha.”
..........Revezávamos, ele buscava cervejas no bar, depois era minha vez de trazer caipirinhas. Viramos bons amigos naquela noite. Da outra vez no Hospital eu tinha reparado que ÉL era todo ele mãos e braços que gesticulavam feito pipas que combatem no céu dos subúrbios, montado em seus um metro e oitenta de altura. Um coroa de cabelos grisalhos um pouco longos e cuidadosamente desleixados.
..........Depois daquele noite passamos a conviver quase diariamente. ÉL era bastante vivaz e enfático. Seus 60 anos de idade não lhe pesavam no corpo, à exceção dos óculos de grau, mas que usava apenas quando queria conferir a conta nos restaurantes, ou ler para mim o trecho de algum livro que o tivesse comovido. ÉL estava com a vida ganha. Definia-se como um andarilho urbano.
..........Ao fim do show, a chuva contribuiu com a gente. Diminuiu até se tornar apenas um bafo gelado. Na saída do Circo paramos para um “espetinho de carnes nobres”, segundo o vendedor, que mais tarde me fez vomitar uma a uma as canções do baiano.
..........Agora ÉL, que costumava andar pela cidade de calça de pijama e tênis, o excêntrico que ficou viúvo porque a esposa sofreu uma overdose na década de 80, era um amigo com quem pude contar inúmeras vezes. Ele realmente não me deixava abater. E essas linhas difíceis são muito também minha homenagem a ele.
..........Pode me chamar de ÉL, não tolero formalidades, me disse.
..........Sempre que eu estava no Circo por livre associação chegavam-me à mente imagens do globo da morte com suas motocicletas velozes e barulhentas. O show da noite era com Tom Zé. Chovia. Àquela altura eu já tinha bebido todas no Arco-íris e fumado pelo menos uns dois baseados, então quando fechava os olhos Tom Zé virava um motoqueiro alucinado. O som da banda era o motor das motos. Eu suava.
..........Espremido no meio da multidão, dividi um novo baseado com ÉL, enquanto sons e luzes explodiam entre intervalos de segundos. Tom Zé detonava versos clássicos como “a Brigitte Bardot está ficando velha.”
..........Revezávamos, ele buscava cervejas no bar, depois era minha vez de trazer caipirinhas. Viramos bons amigos naquela noite. Da outra vez no Hospital eu tinha reparado que ÉL era todo ele mãos e braços que gesticulavam feito pipas que combatem no céu dos subúrbios, montado em seus um metro e oitenta de altura. Um coroa de cabelos grisalhos um pouco longos e cuidadosamente desleixados.
..........Depois daquele noite passamos a conviver quase diariamente. ÉL era bastante vivaz e enfático. Seus 60 anos de idade não lhe pesavam no corpo, à exceção dos óculos de grau, mas que usava apenas quando queria conferir a conta nos restaurantes, ou ler para mim o trecho de algum livro que o tivesse comovido. ÉL estava com a vida ganha. Definia-se como um andarilho urbano.
..........Ao fim do show, a chuva contribuiu com a gente. Diminuiu até se tornar apenas um bafo gelado. Na saída do Circo paramos para um “espetinho de carnes nobres”, segundo o vendedor, que mais tarde me fez vomitar uma a uma as canções do baiano.
..........Agora ÉL, que costumava andar pela cidade de calça de pijama e tênis, o excêntrico que ficou viúvo porque a esposa sofreu uma overdose na década de 80, era um amigo com quem pude contar inúmeras vezes. Ele realmente não me deixava abater. E essas linhas difíceis são muito também minha homenagem a ele.
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