Como diria meu amigo Fabiano Vianna, estou tendo um mês de abril selvagem. E terça-feira, dia 20, minha apresentação no Wonka Bar ao lado de Fausto Fawcett e Chacal, será o auge dessa selvageria, rs.
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Aqui vai um dos textos que vou falar amanhã na festa, com algum vinho já correndo no sangue:
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Este é o plano A. Agora pra mim é como é: Punk. Ela é toda suíngue, a mancha duma pessoa emoldurada pela claridade. Larga o serviço por volta de três da tarde e tem um casaquinho de gola v amarrado na cintura. E sua sombra dança quando ela desce a rua desde lá do Alto do São Francisco até aqui no Café Metrópolis. Vem assim, a mania que ela tem de usar camiseta Hering, os peitinhos vulneráveis. Ruiva, agora ela é ruiva. Agora eu saio ileso dentro de suas pálpebras que se fecham por milésimos de segundos guardando minha imagem. Agora ela gosta de usar meias coloridas e sou um dos poucos privilegiados a quem ela revelou esse segredo. Agora na verdade eu não sei, não dá pra saber, mas tô com muita vontade de me espremer assim, até o coração sair em forma de fumaça por algum cano de escape. Agora sempre quero que uma cena bonita como essa vá parar no cinema: Ela ali, a cidade vazia, prédios enormes, de repente uma rapaziada passa e mexe com ela, venta, e eu me aproximo com meu andar de Rock Balboa depois de ter levado uma surra no ringue, então faço a pergunta certa. Agora é domingo, já anoiteceu, etc. Agora vivenciamos acontecimentos estranhos, eu sei que pra ela o mundo cheira a veneno. E tudo que eu também quero é dividir um pouco de vinho. Agora isso aqui é uma foto dela num plano lá atrás, as veias do pescoço saltando gargalhadas fora. Ela me conta aquele episódio que comprova porque é a guria mais solitária do bairro, e eu acho isso legal. Sei que é triste, mas acho legal. E só mesmo a gargalhada dela é o grande antídoto pra essa coisa no mundo de maxilares travados de indiferença. E deduzo que ela deve ter estudado balé clássico pela modo como pára ao lado de uma árvore no Passeio Público. E ela gargalha, sim, o fogo sendo comido dente a dente. Agora são zumbidos de abelhas e nem mesmo a chuva que cai com força é capaz de borrar o desenho dela que tenho comigo na mente. A vizinhança quer assistir a novela das oito em paz, mas a visão que tenho comigo é a dela gargalhando como fosse parir punhados de flores da boca, um montão de pétalas de lovelovelovemetender. Agora eu conto pra ela aquela estória de quando pousei sobre uma bolha de sabão do tamanho de um carro e fiquei ali flutuando durante quatro horas seguidas. Agora vejo essa guria desembarcar na rodoviária e acho que é ela, quero que seja ela com seus casacos embolorados. Mas não, eu tô errado, porque na verdade ela tá partindo pra Paris e eu tô pensando que sua primeira providencia em Curitiba, quando voltar de lá, deverá ser comprar um cachecol. Isso mesmo, agora faz sete graus. E eu tô esperando ela vir tomar sopa de tomate comigo num restaurante chamado Akrótona. Quer dizer, não é exatamente assim. A verdade é que é primavera e estamos caminhando na direção do Mercado Municipal, comprando castanhas, mastigando. Agora ela é invisível. Não, não é. Se fosse invisível não estaria aqui, eu não a estaria vendo. E ela está aqui, está. Agora já não estou mais vendo. Agora é a vez do plano B.
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gente, que chique! mas é aniversário da minha irmã.
ResponderExcluirsaudades e agradecidas.
beijos.
legal a noite de ontem, lepre. muito obrigado e grande abraço!!!!!
ResponderExcluirbeijo, Sabrina.
ResponderExcluirobrigado você Claudião. gosto muito de encontrar contigo nas quebradas. forte abraço.
lepre.