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Fico na janela, de costas para ela, olhando um pardal bicar estrume fresco. Incrível como é fácil o pardal se manter. Chove um pouco, pingos bem grandes. Eu achava que um pássaro não conseguia voar com as asas molhadas.
Henry Miller
Luiz Felipe Leprevost
este poema é lindíssimo...
ResponderExcluir(2 trechos desformatados)
O PARDAL
a meu pai
(...)
Até os japoneses
o conhecem
e o têm pintado
empaticamente,
com profunda compreensão
de suas características
menores.
Nada de sutil
sequer remotamente
na sua corte amorosa.
Ele se agacha
diante da fêmea,
arrasta a asa,
valsando, e alça
a cabeça
e simplemente -
berra! O alarido
é terrível.
(...)
Prático até o seu desfecho
é o poema
da existência dele
que triunfou
finalmente;
um punhado de penas
aplastado no calçamento,
asas simetricamente abertas
como que em vôo,
sem cabeça,
o negro escudo do peito
indecifrável,
uma efígie de pardal
uma pasta seca apenas,
deixada ali para dizer
e o diz
sem ofensa,
lindamente;
Isto era eu,
um pardal.
Fiz o melhor que pude;
adeus.
WILLIAM CARLOS WILLIAMS (trad. josé paulo paes)
Eu gosto das janelas
ResponderExcluirAh! gosto do que vc escreve tb
ResponderExcluirOlá! Marcia Tiburi postou um poema seu, agorinha no: http://colunas.gnt.globo.com/pinkpunk/
ResponderExcluirBelíssimo poema! Parabéns!
Aurora http://debrilho.blogspot.com/
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirque exposição da vida e da morte tão simétrica, tão bem espelhada, Madeira. que coisa mais direita esse poema do William Carlos Williams. obrigado por enviar. saudade de você, amigo. que tal um chocolate quente qualquer hora dessas? abraço.
ResponderExcluiroi Lili. também gosto de janelas. me faz lembrar agora um verso do Vitor Ramil: "a janela em mim é tão brutal". obrigado. bj.
que ótima notícia Aurora. gosto tanto da Marcia Tiburi, me deixa muito feliz que a Coyote tenha ido até ela e que então um poema meu tenha sido publicado em seu blog. obrigado por vir aqui contar. bj.
lepre.
ó meu caro, vamos lá! ligo assim que abrir clareira nos compromissos.
ResponderExcluirpra falar bem, pra falar mal, sob o efeito vidente e emburrecedor da cafeína.
abraço.