sexta-feira, 28 de agosto de 2009

notas para um livro bonito

cochilo... o vento é leve feito beijo de mãe
não há dor, física nem metafísica
as pessoas que mais amo estão comigo
sinto a proximidade de seus corpos
posso ouvi-las na sala a tagarelar o
hálito alegre das vozes sobre absolutamente nada
cochilo, sei que não poderei prender para
sempre esse instante, então que passe, e logo
a plenitude está no que vai, some, parte
o que permanece não é mais que a
perda constante da consciência sobre o tempo e
sua dilatação... esquecer é que é guardar
não quero reter momentos das felicidades que vivo
como alguém que pretendesse a raridade de si mesmo
a felicidade... dia a dia, ela me atravesse
não como eu fosse um túnel, mas a lama que
não admite filtro modelado, ela me atravesse
pois não suportaria encarcerá-la e também já me vejo
convencido de que as coisas acontecem quanto se
sucedem como se preferem

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