quarta-feira, 16 de setembro de 2009

barras antipânico e barrinha de cereal na revista top view

Então, chegou a edição de setembro da revista Top View. Há várias matérias bacanas nesse número, destaco uma sobre o modernismo na arquitetura de Curitiba, com atenção maior, e oportuna, para o Teatro Guaira, projetado por Rubens Meister. Há também texto, que reproduzo aqui, assinado pela jornalista Melissa Crocetti sobre meu livro Barras antipânico e barrinha de cereal.
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Contos urbanos
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Escritor Luiz Felipe Leprevost lança livro de contos Barras antipânico e barrinha de Cereal.
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No primeiro conto, o personagem é um senhor de 90 anos que freqüenta uma confeitaria tradicional da cidade e tece comentários poéticos e filosóficos sobre o mundo atual. Em outra história, um homem que acha que é um personagem do filme Apocalypse Now não aguenta as pressões da cidade, vai parar numa cabana no litoral paranaense, é esquecido por lá e acaba se transformando em um caranguejo. Em um outro conto, uma atriz famosa que um dia já foi prostituta começa a assassinar seus amantes, mas preserva aquele que ama, foge com ele para Cuba e ambos passam por uma adulteração facial; ela fica com feições de Angelina Jolie e ele de Hunter Thompson e eles sobrevivem praticando sexo explícito.
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Essas são apenas três pequenas sinopses de alguns dos nove contos que compõe o livro Barras antipânico e barrinha de cereal, de Luiz Felipe Leprevost, lançado no fim de agosto pela Editora Medusa. Leprevost conta que os personagens de suas histórias são seres urbanos e solitários, que nem sabem mais que são solitários de tão bombardeados pelo excesso de consumo de coisas plásticas, sem alma e que os afastam da essência da vida. Além disso, os contos trazem referências à grandes nomes da cultura moderna e contemporânea mundial, como o dramaturgo irlandês Bernard Shaw ou o personagem Lebowski, do filme de Joel Coen. “Em cada conto tento mostrar o esfacelamento da personalidade do cidadão individual, sem nenhuma voz dentro do coletivo, já que sua opinião não conta mais, pois uma espécie de novo fascismo altamente burocratizado é quem dita todas as regras”, diz o autor. “Trabalho muito com metáforas de mitos contemporâneos na tentativa de sintetizar e até criar alguma alegoria sobre esses mitos.”
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A escolha do título, segundo o autor, é também um exercício da crítica à sociedade que vive neurótica em relação à segurança, fechando-se cada vez mais em guetos, e à velocidade em que as pessoas vivem – que muitas vezes as fazem almoçar barrinhas de cereais.
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Curitibano, Luiz Felipe Leprevost é poeta, dramaturgo, contista, músico, ator e diretor teatral. Em 2002 lançou o livro/CD Fôlego. É autor também dos livros de bolso Tornozelos Deitados (2005, Kafka Edições Baratas), Cecília Roendo as Unhas (2005, Kafka Edições Baratas), Pífio, monólogos dos psicotrópicos que não fazem mais efeito (2007, Kafka Edições). Também de Ode Mundana (2006, Editora Medusa) e Inverno dentro dos Tímpanos (2008, Kafka Edições). A obra lançada pode ser adquirida na Livraria Arte e Letra (Rua Pres. Taunay, 40, dentro do Lucca Cafés Especiais) ou através do blog do autor www.notasparaumlivrobonito.blogspot.com. Melissa Crocetti.

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