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Vilma cochicha no meu ouvido: “Aquela ali é a Margi de quem falei.”
“Sei.”
“Margi já foi gostosíssima, gatíssima, superlativa, agora é essa caveira.”
“Isso tá me cheirando a inveja, Vilma.”
“Imagina, inveja eu, ontem mesmo encontrei com ela lá no Dentadas Pub, umbiguinho amostra, o piercing pedindo mordida, é uma galinha essa guria.”
“Sei.”
“Margi já foi gostosíssima, gatíssima, superlativa, agora é essa caveira.”
“Isso tá me cheirando a inveja, Vilma.”
“Imagina, inveja eu, ontem mesmo encontrei com ela lá no Dentadas Pub, umbiguinho amostra, o piercing pedindo mordida, é uma galinha essa guria.”
Nunca contei pra Vilma, mas foram incontáveis as vezes em que escrevi o alfabeto inteiro com a língua no corpo superlativo da Margi.
“Zé!”, Vilma me chama semi-gritando, “tá ouvindo?”
“Tô, claro, fala.”
“Então, ontem eu cruzei com ela lá no Dentadas...”
Interrompo: “Com ela quem?”
“Porra, Zé, com ela, a Marginalzinha.”
“Ah, tá, e aí?”
“Aí eu disse: Olá, como vai, é um prazer revê-la. Eu fui educadíssima, Zé.”
“Zé!”, Vilma me chama semi-gritando, “tá ouvindo?”
“Tô, claro, fala.”
“Então, ontem eu cruzei com ela lá no Dentadas...”
Interrompo: “Com ela quem?”
“Porra, Zé, com ela, a Marginalzinha.”
“Ah, tá, e aí?”
“Aí eu disse: Olá, como vai, é um prazer revê-la. Eu fui educadíssima, Zé.”
Vilma espera que eu me pronuncie, mas nada faço, então ela prossegue: “Sabe o que a Margi fez?”
Fico sem escolha, então pergunto: “O quê?”
“Ela não retribuiu meu sorriso, Zé, não retribuiu.”
“Claro, depois de encher o saco da guria, sendo educada e não sei mais o quê, você ainda queria que ela abrisse um sorriso? Aposto, Vilma, que enquanto você dizia ‘olá como vai, etc’, na verdade, o subtexto era ‘oi, Margi, quantas vezes nessa semana você tomou um porre com os escrotos dos teus amigos do peito, cheirou aqueles pozinhos mágicos e vomitou no banheiro do Dentadas?’”
Fico sem escolha, então pergunto: “O quê?”
“Ela não retribuiu meu sorriso, Zé, não retribuiu.”
“Claro, depois de encher o saco da guria, sendo educada e não sei mais o quê, você ainda queria que ela abrisse um sorriso? Aposto, Vilma, que enquanto você dizia ‘olá como vai, etc’, na verdade, o subtexto era ‘oi, Margi, quantas vezes nessa semana você tomou um porre com os escrotos dos teus amigos do peito, cheirou aqueles pozinhos mágicos e vomitou no banheiro do Dentadas?’”
Vilma ouve minha ironia, talvez por isso mesmo, continua obcecada: “Você sabia que ela é totalmente viciada, em tudo, e, pra piorar, tem bulimia?"
"Claro que não, a menina só é magra, é só isso, Vilma."
"Não senhor, repara bem, ela já tá até sem boca. Duvido que uma biscate dessas seja capaz de chorar, a coitada.”
Então fito bem Margi no canto esquerdo do restaurante e sou obrigado a admitir que Vilma está certa. Margi não está somente sem boca, também já perdeu a cabeça.
Então fito bem Margi no canto esquerdo do restaurante e sou obrigado a admitir que Vilma está certa. Margi não está somente sem boca, também já perdeu a cabeça.
Digo isso a Vilma, que só então repara melhor e: "Nossa, como é que eu não tinha prestado atenção nisso?, Margi perdeu a cabeça."
Então, diante de tal cena, Vilma, acendendo um cigarro, tenta forjar lágrimas, mas seus olhos são completamente secos.
Ahaaaaaaaaaaaaaaammmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...
ResponderExcluirMaria
maria... pra você ver. bjs. lepre.
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