quarta-feira, 16 de setembro de 2009

especulações sobre o amor simples

você não pisca
não franze os lábios
não respira
até que tua garota surge
assim feito os segundos que
antecedem a composição de
uma melodia
e aí você dança
fica todo babado
a compressa de calor das
axilas dela derretem teu
coração de margarina até
não restar mais do que
um pouco de saliva queimada
ínfima mancha no lençol
você olha pro lado: cadê?
ela sobe, some, assombra
por que não é de outra forma?
depois que você deságua
lentamente, inteirinho
pede licença pra esse ausência
e vai arranhar o espelho do
banheiro até apagar a
própria imagem pra
substituí-la pelo apelo
o apelo, o apelo
agora esse é seu rosto
que não pisca
não franze os lábios
não respira

3 comentários:

  1. Olha eu aqui, no meu primeiro comentário! Gostei, principalmente do toque "popular" de "franze OS lábiO". Apesar da ironia do poema, vejo algo de amargo aí tbém. Bom, muito bom...rs. Abração.

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  2. haha, mas não era "toque popular" não, era erro mesmo. já arrumei. ainda bem que bons amigos como você fazem comentários simpáticos. mas tem algo amargo ali sim. valeu pela visita, filippo. abração, cara. lepre.

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