La Guernica, Picasso
Seu filho morreu
Os mais violentos estão do lado de cá da câmera-centauro. Os mais violentos rangem feito um prédio suplicando implosão. Os mais violentos têm espasmos luxuriosos e fedem a vômito. Suas correias, seus êmbolos, seus perfumes de óleo são fabricados com petróleo, cana, carvão, calor. Ali adiante a promessa de outro mundo. E o inferno de amanhã a arder a brasa do peito cardiopata aberto por um cirurgião de mãos sujas. Os mais violentos são burros xucros a orbitar enfurecidas galáxias da promiscuidade. Os mais violentos têm na fala desgrenhada o som de dores progressivas. A desgraça de guerras biológicas. Um atropelamento na rua calma do bairro como fosse um ataque terrorista. Telefonemas dizendo “seu filho morreu”. Um dia, pneumonia asiática. Noutro, câncer. Hepatite. Foi triturado por corvos aquele desenho que vinha montado numa bicicleta, vestindo rosa. Numa estrada de Piraquara é asfalto o bêbado típico de histórias de perdedores. O pedófilo sorri ao sair do cinema. Uma jovem dublê é maquiada entre as ferragens. Outro mafioso veste belos ternos sem contar com as pulgas. Alguém perde os próprios olhos numa tragédia grega. A babá entrevistada num programa da tarde conta que queima crianças com o toco do cigarro, e chora. No melodrama de final de semana, num teatro qualquer, perguntas pungidas: Como foi acontecer conosco o que só acontecia aos outros? Como com a filha do renomado jurista que jogou sua vida toda fora à favor da justiça? E também com o exemplar chefe de família? Logo com aquele que fez revoluções? Com o que criou constituições? Com quem negociou tratados? Com quem não tem nada com isso? Com quem só está tentando, tateando? E as respostas são contos de fadas: O corvo do Poe. Os ratos do flautista de Hamelin. Alguém vaga debaixo de marquises, foge do sol. Surto psicótico. E ele se masturba num gesto aplacador, de total esquecimento, depois dorme. Os estudantes de psicologia o adoram. Saites, saites, saites, saites, saites, saites, saites e mais saites que são seitas. Neo-nazistas espancam uma bicha com um leve movimento no mouse. Jogam em fornalhas aquele preto. Um outro, o asfalto cobre-lhe a carne, é só ficção. Sequer adianta suplicar que oxidem suas visões de basalto e poeira, o sangue continua a empedrar no estômago.
Os mais violentos estão do lado de cá da câmera-centauro. Os mais violentos rangem feito um prédio suplicando implosão. Os mais violentos têm espasmos luxuriosos e fedem a vômito. Suas correias, seus êmbolos, seus perfumes de óleo são fabricados com petróleo, cana, carvão, calor. Ali adiante a promessa de outro mundo. E o inferno de amanhã a arder a brasa do peito cardiopata aberto por um cirurgião de mãos sujas. Os mais violentos são burros xucros a orbitar enfurecidas galáxias da promiscuidade. Os mais violentos têm na fala desgrenhada o som de dores progressivas. A desgraça de guerras biológicas. Um atropelamento na rua calma do bairro como fosse um ataque terrorista. Telefonemas dizendo “seu filho morreu”. Um dia, pneumonia asiática. Noutro, câncer. Hepatite. Foi triturado por corvos aquele desenho que vinha montado numa bicicleta, vestindo rosa. Numa estrada de Piraquara é asfalto o bêbado típico de histórias de perdedores. O pedófilo sorri ao sair do cinema. Uma jovem dublê é maquiada entre as ferragens. Outro mafioso veste belos ternos sem contar com as pulgas. Alguém perde os próprios olhos numa tragédia grega. A babá entrevistada num programa da tarde conta que queima crianças com o toco do cigarro, e chora. No melodrama de final de semana, num teatro qualquer, perguntas pungidas: Como foi acontecer conosco o que só acontecia aos outros? Como com a filha do renomado jurista que jogou sua vida toda fora à favor da justiça? E também com o exemplar chefe de família? Logo com aquele que fez revoluções? Com o que criou constituições? Com quem negociou tratados? Com quem não tem nada com isso? Com quem só está tentando, tateando? E as respostas são contos de fadas: O corvo do Poe. Os ratos do flautista de Hamelin. Alguém vaga debaixo de marquises, foge do sol. Surto psicótico. E ele se masturba num gesto aplacador, de total esquecimento, depois dorme. Os estudantes de psicologia o adoram. Saites, saites, saites, saites, saites, saites, saites e mais saites que são seitas. Neo-nazistas espancam uma bicha com um leve movimento no mouse. Jogam em fornalhas aquele preto. Um outro, o asfalto cobre-lhe a carne, é só ficção. Sequer adianta suplicar que oxidem suas visões de basalto e poeira, o sangue continua a empedrar no estômago.
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