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namorar você pra gente esquecer que é
sábado assistindo filmes do Kurosawa
pra dançar até o chão pedir água
e pra dividir combinados de sashimi
e sujar toda a roupa com shoyo light
e pra gente dividir sonhos acordados
e afugentar os pesadelos enquanto
feito um anjo da guarda vela o sono do outro
e pra te assistir brincar com estudos de Chopin ao piano
pra viajar até Floripa fora da temporada de verão
e comer frutos do mar num lugarzinho que só eu conheço
na praia do Campeche
enquanto surfistas caminham o horizonte
enquanto a noite feito uma enorme ave azul pousa
e então em nosso quarto
numa pousada altamente ecológica
fazer amor loucamente, sem naufrágio
namorar você pra no cinema
segurar tua mão e dizer “calma, vai ficar tudo bem”
quando for um desses filmes que provocam catarse na gente
pra controlar minha alergia a rodinhas de
fumantes e ir lá pra fora
quando você precisar de nicotina e fumaça
pra no verão a gente tomar uns bons porrinhos
sentados na calçada em frente ao Torto Bar
pra gente deixar de beber por uns tempos
pra você me contar que acha que se identificou mais
com o próprio Tolstói do que com Anna Karenina
e pra, mesmo antes de apagar a luz de noite
ou depois de abrir as cortinas pela manhã
a gente fazer amor loucamente, sem loucura ou psicanálise
namorar você pra te levar em lugares
onde ainda existem pirilampos e vagalumes
pra te ensinar a diferença
entre ursinhos de pelúcias e gremlins
pra gente ir tomar sorvete de passas ao rum
naquela sorveteria do Parque Passaúna
pra darmo-nos de comer feito dois bebês
pra eu elogiar o macarrão da minha sogra
numa noite de sexta-feira chuvosa
pra você me ensinar francês
pra você me ensinar sobre paisagismo
pra ajudar você a tirar com acetona o esmalte das unhas dos pés
e ouvir você dizendo “que imagem clichê”
pra ler e falar sobre os Risíveis amores, do Milan Kundera
e rir de tudo e de nós mesmos
enquanto a gente faz amor loucamente, sem suicídio
namorar você pra inspirar teu canto sutilíssimo
tímido com minhas novas composições
que serão sempre cantigas de ternura
pra você recusar com meiguice
as pimentas fortes do meu pai
pra gente gastar até 140 reais (70 de cada um)
num vinho tinto muito bom
pra você repetir duas vezes a sobremesa
que minha mãe preparou
porque ela é feita com teus ingredientes prediletos
pra eu sorrir e encher os olhos
vendo meu sogro fazer macaquices com os netos
pra você sorrir e encher os olhos
vendo teu sogro fazer macaquices com os netos
pra gente exercitar nossa vocação pra alegria
e pra amparar teus seios
teus olhos queimando feito luas
enquanto, umbigo no umbigo
a gente faz amor loucamente
mesmo que devagarinho, como sempre
como sempre, mesmo trepando, como sempre
pra gente fazer amor, sem abandono
sábado assistindo filmes do Kurosawa
pra dançar até o chão pedir água
e pra dividir combinados de sashimi
e sujar toda a roupa com shoyo light
e pra gente dividir sonhos acordados
e afugentar os pesadelos enquanto
feito um anjo da guarda vela o sono do outro
e pra te assistir brincar com estudos de Chopin ao piano
pra viajar até Floripa fora da temporada de verão
e comer frutos do mar num lugarzinho que só eu conheço
na praia do Campeche
enquanto surfistas caminham o horizonte
enquanto a noite feito uma enorme ave azul pousa
e então em nosso quarto
numa pousada altamente ecológica
fazer amor loucamente, sem naufrágio
namorar você pra no cinema
segurar tua mão e dizer “calma, vai ficar tudo bem”
quando for um desses filmes que provocam catarse na gente
pra controlar minha alergia a rodinhas de
fumantes e ir lá pra fora
quando você precisar de nicotina e fumaça
pra no verão a gente tomar uns bons porrinhos
sentados na calçada em frente ao Torto Bar
pra gente deixar de beber por uns tempos
pra você me contar que acha que se identificou mais
com o próprio Tolstói do que com Anna Karenina
e pra, mesmo antes de apagar a luz de noite
ou depois de abrir as cortinas pela manhã
a gente fazer amor loucamente, sem loucura ou psicanálise
namorar você pra te levar em lugares
onde ainda existem pirilampos e vagalumes
pra te ensinar a diferença
entre ursinhos de pelúcias e gremlins
pra gente ir tomar sorvete de passas ao rum
naquela sorveteria do Parque Passaúna
pra darmo-nos de comer feito dois bebês
pra eu elogiar o macarrão da minha sogra
numa noite de sexta-feira chuvosa
pra você me ensinar francês
pra você me ensinar sobre paisagismo
pra ajudar você a tirar com acetona o esmalte das unhas dos pés
e ouvir você dizendo “que imagem clichê”
pra ler e falar sobre os Risíveis amores, do Milan Kundera
e rir de tudo e de nós mesmos
enquanto a gente faz amor loucamente, sem suicídio
namorar você pra inspirar teu canto sutilíssimo
tímido com minhas novas composições
que serão sempre cantigas de ternura
pra você recusar com meiguice
as pimentas fortes do meu pai
pra gente gastar até 140 reais (70 de cada um)
num vinho tinto muito bom
pra você repetir duas vezes a sobremesa
que minha mãe preparou
porque ela é feita com teus ingredientes prediletos
pra eu sorrir e encher os olhos
vendo meu sogro fazer macaquices com os netos
pra você sorrir e encher os olhos
vendo teu sogro fazer macaquices com os netos
pra gente exercitar nossa vocação pra alegria
e pra amparar teus seios
teus olhos queimando feito luas
enquanto, umbigo no umbigo
a gente faz amor loucamente
mesmo que devagarinho, como sempre
como sempre, mesmo trepando, como sempre
pra gente fazer amor, sem abandono
Para A.
Ei Leprevost, tudo bem? é a Mariana Câmara de BH dos 5 cabeças..cara, tô precisando do seu email, quero falar contigo!
ResponderExcluirBjos!
oi silvinha mariana... vi que cê postou um textinho meu lá no teu blog. bem legal, muito obrigado pelo carinho. então, meu mail é felipeleprevost@terra.com.br. manda lá. bj pra você e todos os nossos aí de minas. lepre.
ResponderExcluirhumpf...
ResponderExcluirli
bj, lili. lepre.
ResponderExcluir