.
.....Curso sobre colisõesAlguns andares do ar, U sai intacta.
.
.....Muito bem. Alguns andares do prédio simplesmente não existem. Outros estão com grandes ferimentos. Em outros, famílias inteiras jantam a si mesmas ao redor da mesa. Também há um pessoal desmaiado pelos corredores. Algumas das senhorinhas de capa de chuva e chuvas roxas informam que não se preocupem, que elas são praticantes de budismo. Os passageiros então fazem ufa e tudo fica esclarecido. Dentro do prédio funciona um templo. Ufa, diz um dos passageiros. Ufa, diz outro, ainda bem que aqueles sinais de “vai tomar no cu” que as senhorinhas estavam fazendo na verdade não era o sinal de “vai tomar no cu”, disse um terceiro. É que entre os budistas existe a tradição de acenar com os dois dedos, indicador e polegar, ligados em referência a flor de lótus, explicou uma das senhorinhas roxas. Ufa. Eis que, súbito, alguém sai do edifício pedalando uma bicicleta. É U. Mas como? Quando deu aquela confusão entre a referência à flor de lótus e o sinal de vai tomar no cu, U deu uma de espertinha e saiu à francesa do ônibus. Entrou rapidinho no prédio. Deixou as compras com o porteiro. Foi até a garagem. Montou na sua bicicleta. E se mandou. Deu tempo de U fazer tudo isso? Parece muito tempo, mas foram segundos, no máximo um minuto e meio, não mais. Sabe, o edifício parece um mausoléu. Pois é. É muito grande e antigo. Há apartamentos residenciais e há conjuntos comercias. Onde era a segunda garagem é que funciona o templo. E na fachada do edifício existem quatro estátuas esculpidas. Cada estátua segura um objeto diferente do da outra. É difícil identificar o que cada estátua segura. No rosto de uma das estátuas se lê a seguinte expressão Este negócio está queimando minha mão. No rosto da outra estátua se lê a expressão Bem feito, quem mandou ser metida. A terceira estátua parece dizer Porra, não dá pra calar a boca? E a quarta... A quarta Ei, amigas, por favor, não me deixem para trás. Depois as quatro estátuas riem em uníssono da piada. Acontece que, sem mais nem menos, o motorista mijão sem buzina abandona o ônibus. Isso, debaixo de protestos dos passageiros restantes, ele abandona o ônibus e entra no prédio. O homem que sorriu para U também entra. O feto ainda está no ônibus. U esqueceu o feto no ônibus? Sobre um banco. Sem sacolinha de plástico. Mas U foi para onde? U com sua bicicleta pedala sem parar. Já está lá longe. Até que, de repente, de um automóvel azulmoscavarejeira a porta se abre. No que a porta do automóvel moscavarejeira é aberta a bicicleta de U colide contra a porta. Como resultado da colisão U voa longe. A sorte é que U fez um curso sobre colisões de bicicletas em portas de automóveis há poucas semanas atrás. U sai ilesa então? Ilesa. Não se esborracha no chão? Para variar, U sai intacta.
Até que seria bom se todos nós pudéssemos fazer curso de colisão.
ResponderExcluirColidir sem curso é uma merda ...
eu disse que passaria por aqui... rs
ResponderExcluirabraços,
srta frutos
pelo menos a gente colide como ninguém, não é mesmo? bj.
ResponderExcluirsrta frutos... você veio mesmo. vamos marcar alguma enquanto você tiver na cidade. bj.
lepre.