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.....Dia desses recebi um telefonema da tia Ruth: Jassei, há alguém interessado na chácara, você sabe, um comprador em potencial, e eu estou cansada, aquilo virou um elefante branco, eu não tenho mais idade para me incomodar, Tatit está na Europa, preciso que você cuide do assunto.
.....Você sabe, ela fala muito rápido e alto e eu não consigo entender, ainda mais quando ainda nem acordei direito. Mas assim que ela fez uma pausa, perguntei: E Mana?
.....O quadro dela é estável, Jassei, não podemos fazer nada, só esperar.
.....E então, como que liquidando o assunto Mana, ela voltou imediatamente ao assunto chácara, como se fosse possível separar um do outro.
.....A chácara é um dos últimos bens restantes do espólio de nossa família. Por isso que, após a esbaforida intimação de minha tia, se antes de devolver o fone ao gancho tivesse caído no erro de não dizer enfaticamente um “sim, senhora, providenciarei tudo, pode ficar tranquila”, ela teria ficado uma fera comigo. Mas que remédio, eu sou o ovelha negra tem muito tempo, então que se fodam. Enquanto eles estão cuidando dos negócios, eu só tenho cabeça para você, Mana.
.....Mesmo assim a conversa não foi muito amigável quanto deveria ser entre o sobrinho e sua tia, talvez pelo fato de que em algum momento, sem esconder o tom de decepção na voz, acabei perguntando: Então vai ser assim, tia, vamos simplesmente vender o que restou da chácara?
.....É claro, Jassei, que vamos simplesmente vender a propriedade, ou, por acaso, você vai ficar com ela?
.....Ficar com ela?, coitado de mim, um pobretão, quase não tenho dinheiro suficiente para pagar o aluguel e me alimentar ao mesmo tempo, há meses que preciso escolher se como ou se continuo morando no meu quarto-e-sala precário. Ao menos se o Tatit, o rico da família comprasse a propriedade, mas não pode sequer ouvir falar daquele, como ele mesmo chama, elefante branco. A velha chácara não interessa aos projetos do Tatit. É lastimável no que ele acabou se transformando, nem vale a pena comentar.
.....Você sabe, ela fala muito rápido e alto e eu não consigo entender, ainda mais quando ainda nem acordei direito. Mas assim que ela fez uma pausa, perguntei: E Mana?
.....O quadro dela é estável, Jassei, não podemos fazer nada, só esperar.
.....E então, como que liquidando o assunto Mana, ela voltou imediatamente ao assunto chácara, como se fosse possível separar um do outro.
.....A chácara é um dos últimos bens restantes do espólio de nossa família. Por isso que, após a esbaforida intimação de minha tia, se antes de devolver o fone ao gancho tivesse caído no erro de não dizer enfaticamente um “sim, senhora, providenciarei tudo, pode ficar tranquila”, ela teria ficado uma fera comigo. Mas que remédio, eu sou o ovelha negra tem muito tempo, então que se fodam. Enquanto eles estão cuidando dos negócios, eu só tenho cabeça para você, Mana.
.....Mesmo assim a conversa não foi muito amigável quanto deveria ser entre o sobrinho e sua tia, talvez pelo fato de que em algum momento, sem esconder o tom de decepção na voz, acabei perguntando: Então vai ser assim, tia, vamos simplesmente vender o que restou da chácara?
.....É claro, Jassei, que vamos simplesmente vender a propriedade, ou, por acaso, você vai ficar com ela?
.....Ficar com ela?, coitado de mim, um pobretão, quase não tenho dinheiro suficiente para pagar o aluguel e me alimentar ao mesmo tempo, há meses que preciso escolher se como ou se continuo morando no meu quarto-e-sala precário. Ao menos se o Tatit, o rico da família comprasse a propriedade, mas não pode sequer ouvir falar daquele, como ele mesmo chama, elefante branco. A velha chácara não interessa aos projetos do Tatit. É lastimável no que ele acabou se transformando, nem vale a pena comentar.
.....Mas e você, Mana, pelo amor de Deus, como você estará?
agora que me dei conta de que o nome do cara é jassei.
ResponderExcluirBoa noite Luiz Felipe!
ResponderExcluirfico feliz com a sua volta. Na verdade conheci o seu blog em dezembro, na loucura do Natal, gostei muito da sua escrita.
Quero lhe agradecer as sugestões,tive o prazer que ler a Fal, e se o Natal parecia meio, triste,no meio dos temporais, sou uma brasileira que vive em Portugal, graças aos vossos blogs me senti viva.
Nada como a forma brasileira,inteligente, e cheia de ritmo para dissolver o frio.
Felicidades
cintia
agora você já sabe, sabrinita. bj bj bj.
ResponderExcluirque bacana, cintia, ter você aqui. já aproveitei e fui lá em seu blog, que é a coisa mais direita, textos repletos de poesia. que bom que você foi até a fal, ela é uma escritora que faz a gente se perguntar como cabe tanto talento numa pessoa. obrigado pelo comentário. venha sempre. beijo pra você e pra nossos irmãos de portugal.
lepre.