terça-feira, 28 de julho de 2009

balbucios de blues

ela sabia tirar o cigarro do
maço feito sacasse uma
pistola da cartucheira
então me olhava com
bossa-nova nos olhos ao
mesmo tempo em que
atirava a queima-roupa sem
que qualquer outro resquício de
sentimento se denunciasse em
sua feição, depois a mão
esquerda apagava o cigarro no
cinzeiro enquanto sua boca
esfumaçada de vulgaridade
revelava a atitude de uma cantora
punk cujo silêncio era a
mais áspera balada de amor

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