sábado, 25 de julho de 2009

festival rock de inverno VII

Esse aí é o Rubens K fazendo duas das coisas que mais gosta
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Diedrich e os Marlenes
ontem no John Bull Music Hall
durante o Festival Rock de Inverno VII

E eu na platéia, sóbrio
mas contagiado pela diversão que só o rock proporciona
Fotografado pelo lendário Renato Quege, um dos Marlenes
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Permita-me dois brevíssimos depoimentos. 1: Fiquei puto por não ter chegado a tempo de assistir a Liquespace. Os caras fazem uma coisa tão inédita e singular que sempre é mais do que um show de rock, é um aprendizado. 2: Li a respeito do Rubens K a primeira vez no blog do Marião Botolotto. Aí comecei a frequentar o blog http://rkjazz.wordpress.com/ do músico. Um dia nos conhecemos pessoalmente e, porra, éramos amigos de velha data. Ontem o Rubão tava lá no Festival, contou que tá morando em São Paulo e coisa e tal. Precisa ter coragem pra largar tudo e cair em Sampa. Mas lá ele tem um monte de bróders, então tá tudo bem. Assim como o Mário, sempre achei que o Rubão escreve bem pra caralho. Agora mesmo entrei numas de passear pelo blog do cara e achei esse texto de agosto de 2008. Veja aí.
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Sobre bunkers e desertos tem o mesmo céu limpo, cheio de estrelas
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Minha vida corre por aí, pelas ruas de uma cidade quase estrangeira, sem graça, em meio a bunkers desertos – quem pode afirmar que é mesmo preciso uma bomba cair como uma praga pra destruir tudo? Depois de nove horas e um calor infernal, uma estrada cheia de percalços e ecos, depois de tudo e mais um pouco chego. Quem disse que é fácil chegar a algum lugar? A um objetivo então. Esqueça. Eu e meus quarenta e poucos anos não temos ilusões, só meias certezas que não são assim tão certas. Procuro desligar a cabeça, colocar a mente em outro lugar e quase tenho sucesso. Vejo uma praia deserta e uma canção ao fundo. Então uma bela garota sai do mar… pântanos engolem ela e meus sonhos pelas pernas. Era um sonho? Pesadelo, talvez. Procuro achar o interruptor no escuro. É foda quando não se tem certeza que ele está ali, esperando, num lugar que mal conheço. Sou como um lutador cego no meio do ringue, tentando adivinhar os sons do adversário e colocar meus golpes. Tenho alguns passos calculados, mas não sei por onde começar. Ouço tiros e alguém muito velho praguejando. Talvez eu fique assim também. Talvez não seja um velho. Talvez seja um papagaio, um gorila solitário, preso numa daquelas gaiolas, exposto no fundo de uma loja de animais em extinção. É quase assim que me sinto só que sem bananas por perto. Tudo certo se tiver uma boa trama, um bom meio e um final surpreendente. Tudo certo se tiver fôlego pra subir e descer as avenidas, calçadas e escadas. Tudo certo se eu acreditar que tenho certo talento pra suportar as adversidades. Tudo certo se alguma coisa não endurecer as pernas, os punhos e me deixar imóvel. Tudo certo se o dinheiro der pra comprar cervejas pra tomar sozinho quando todos forem pra casa esperar o dia seguinte. Tudo certo, penso. Consigo até sorrir um sorriso ingênuo, mas já é um começo. Talvez seja.
.Rubens K
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Hoje o Festival continua. Na programação as bandas Fellini, Mordida, Jê reve de toi, Pão de Hambúrguer, Koti e os penitentes, Heitor e banda gentileza, Ruído/mm e Lestics.
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O Jhon Bull Music Hall fica na R. Engenheiro Rebouças, 1645. Fone: 41 3252-0706 e 3026-5050.

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