não preciso nenhum paraíso
não estou em busca disso
o dia em que eu e a geada ficarmos de
bem um com o outro, o dia em que
eu e o Rio de Janeiro e não quero
mais nada, estou satisfeito
quando escutar suspiros apagando a
tarde em que os automóveis desistiram
de dar partida como que numa
greve dos motores, satisfeito em
pisar descalço numa fogueira
de pinhas e me dar conta que
ainda nascerei em 1975 quando
nevar em Curitiba
não preciso nenhum paraíso
estarei feliz se a caneta bic estourar
manchando a tentativa de um
desenho original, feliz pelo
cheiro da minha guria impregnado em
mim na ponta dos dedos, o nariz
respirando suas axilas e
a vocação que a fala dela tem
para letra de música, realmente
não preciso nenhum paraíso
nenhum, nada, nada mesmo
então por que não posso parar de
descascar chicletes de nicotina
por que não sou capaz de cantar no
chuveiro, por que essa incessante ode
mundana vivida aos tropeções
idas e vindas para um bairro distante
chamado “um dia seremos felizes” e
esse banzo fudido da infância natal
por quê, por que a óbvia pergunta que
com recorrência me faço: até quando
você vai continuar perdendo?
não estou em busca disso
o dia em que eu e a geada ficarmos de
bem um com o outro, o dia em que
eu e o Rio de Janeiro e não quero
mais nada, estou satisfeito
quando escutar suspiros apagando a
tarde em que os automóveis desistiram
de dar partida como que numa
greve dos motores, satisfeito em
pisar descalço numa fogueira
de pinhas e me dar conta que
ainda nascerei em 1975 quando
nevar em Curitiba
não preciso nenhum paraíso
estarei feliz se a caneta bic estourar
manchando a tentativa de um
desenho original, feliz pelo
cheiro da minha guria impregnado em
mim na ponta dos dedos, o nariz
respirando suas axilas e
a vocação que a fala dela tem
para letra de música, realmente
não preciso nenhum paraíso
nenhum, nada, nada mesmo
então por que não posso parar de
descascar chicletes de nicotina
por que não sou capaz de cantar no
chuveiro, por que essa incessante ode
mundana vivida aos tropeções
idas e vindas para um bairro distante
chamado “um dia seremos felizes” e
esse banzo fudido da infância natal
por quê, por que a óbvia pergunta que
com recorrência me faço: até quando
você vai continuar perdendo?
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