quinta-feira, 30 de julho de 2009

unlivro e outros seres

Boçais

Se você quer entender como são esses animaizinhos de rosto engruvinhado, basta procurar seus efeitos naqueles que receberam sua ferroada e ficaram assim: Boçais feito os seguranças de um figurão mais o figurão, Boçais feito homenzinhos fardados, Boçais feito a secretaria de um senador mais o senador, Boçais feito carros-fortes (os Boçais se proliferam em casamatas, bunkers, bancos), Boçais feito os que exigem carteirinhas mais os que dão carteiradas, Boçais feito alguém que faz chamadas, confere, fere ou indefere etc etc etc. A lista é bem maior, obviamente. E, claro, existe um montão de gentes boas e razoáveis cercadas por tais bichos horríveis. Esses Boçais a que me refeiro, em sua maioria, são pessoas sem bossa.
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Minimalismo

O Minimalismo é um inseto, não é necessário ser nenhum Darwin para se saber isso. Um Minimalismo geralmente só é bem educado quando do fato de ninguém o notar, pois não. Os Minimalismos, via de regra, são mais sutis que as galinhas. Alguns Minimalismos têm asas, outros não. E mesmo os que têm asas quase sempre optam por não voar na amplidão.
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Silêncios

Os Silêncios. O que falar sobre os Silêncios? Que só os Silêncios são capazes de conceber filhotes de Silêncios, depois formá-los. Há por aí alguns Silêncios estúpidos, não temo afirmar. Mas também é quase banal encontrarmos cultos, doutos, catedráticos Silêncios badalando, como se diz, nos mais variegados lugares. Para nós, humildes alunos, seria bastante estimulante travar algum diálogo com alguns Silêncios, correto? No entanto, a dificuldade de se compreender o modus vivendi de tais seres está justo na constatação de que os mestres e sábios dos Silêncios são homens absolutamente quietinhos. Apesar de inquietantes, quando indagados preferem deixar os principais conteúdos nas entrelinhas. A verdade é que os Silêncios não têm absolutamente nada a dizer a respeito dos Silêncios.

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