Estou bastante empolgado com o blog, é verdade. Para alimentar sua fome, tenho andado por becos e avenidas internáuticas em busca de novidade. O que encontro, no entanto, são passados meus que (sinto essa angústia), pelo fato de na época não ter onde registra-los, passaram batidos. Nesse mesmo instante lendo o blog do Zé Beto, lembrei que tempos atrás ele publicou um conto do Inverno dentro dos tímpanos. Pois bem, fui até o conto. Pois bem (de novo), o conto me levou mais longe ainda no passado. Refiro-me ao show que fiz ao lado de minha amiga Thaís Gulin no Wonka, em agosto de 2007. Certamente quem enviou as informações do evento ao Zé Beto foi meu "sócio" Rodrigo Fornos, talvez por isso a singela confusão. Zé publicou o release que eu escrevi como se fosse resultado das artes do Rodrigo. Equívocos inofencivos e naturais. Todavia, pergunto-me agora por que cargas d´água escrevi um release sobre minha pessoa na terceira pessoa, ora bolas? Ora bolas (eu mesmo respondo), porque na época não havia quem o fizesse. Simples assim. Não dei para o fato, mas relendo a coisa agora, concordei com o Zé Beto de então, que ofertou a notícia aos seus leitores com as seguintes palavras: "Quem disse que não existem releases originais? Segue texto de Rodrigo Fornos apresentando em grande estilo o show `Não sei olhar as coisas sujas sem me sujar com elas`, que acontece hoje à noite no Wonka. Vale conferir, só para ver se o espetáculo tem a mesma qualidade:". Muito bem muito bem muito bem, isso tudo é bastante divertido. Veja você, graças a minha incompetência jornalística, acabei por escrever um release fora dos padrões, e esse mesmo chamou a atenção do Zé Beto, que é um notável profissional da comunicação. Olha, desculpe (com sinceridade) a cabotinagem, mas o release me pareceu, de fato, tão repleto de ternura, especialmente pela Thaís, que não pude deixar de reviver um pouco aquilo tudo. Além do mais, lembro bem, o show daquela noite foi mesmo show de bola. Segue agora o objeto da falação:
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Show de quem? De Luiz Felipe Leprevost. Conhecido artista local, com experimentos nas áreas de literatura, música e teatro. Recém chegado do Rio de Janeiro, onde viveu exílio regado à caipirinha, chope, bolinho de bacalhau e algumas morenas “empinadinhas”, sem contar, claro, peças de teatro clássicas em que atuou: Esperando Godot, Ópera dos Três Vinténs, Bodas de Sangue etc. Fez tais peças porque se formou na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras), que é uma escola bem importante de formação teatral. Aqui muita gente conhece Leprevost como poeta, então ele promete dizer alguns inéditos lá no Wonka. A propósito: Wonka Bar fica na Rua Trajano Reis, 326 - São Francisco (ali pertinho do Largo da Ordem), o telefone de lá é 41 3026-6272, ou liguem para o Leprevost no 9186-3527. Estamos convidando todos para 21 horas, mas como existe um bando de atrasadinhos começaremos o show às 21:40. Então estejam lá por volta das 21 horas da próxima terça-feira, que é dia 21 de agosto. Ah, a entrada só custa 1,99 reais. Ok, o que é o show? É: Canções compostas para e sobre personagens desiludidos e ou amargos e ou amaldiçoadas e ou, até mesmo, amorosos, com nacos de esperança entre os caninos enquanto babam de raiva e paixão. Por isso é que ela, a cantora Thaís Gulin, também curitibana exilada na Cidade Maravilhosa, também atriz, também um sucesso nacional (não sei se vocês viram ela na capa da Folha de São Paulo na segunda-feira passada?), autora de um disco que é um primor, ela, que é parceira do Arrigo Barnabé, que recebe e-mails gentis do Chico Buarque de Holanda, e que tem aulas de estética e vida com Tom Zé pelo messenger, ela que é a única roqueira do país que flutua, é por isso que Thaís virá fazer o show com seu parceiro de canções e Filés Osvaldo Aranha aqui no Wonka. O repertório dela: Além das pérolas do disco, poderemos apreciar Thaís cantando uma balada que tem arrebatado corações no Rio e em São Paulo. Chama-se Os Mais Putos e foi composta por Leprevost após a primeira ocasião em que assistiu o show da amiga, no Rio de Janeiro. Thaís, eu também sou de Curitiba e fiz uma canção pra você cantar, foi a abordagem de Leprevost no Cervantes, bar clássico da boemia carioca, numa noite de lua prateada. Bem, Thaís e Leprevost dividiram o palco no projeto Contemporâneos, no Espaço Cultural Oi Futura. O Curador que os convidou foi o crítico, escritor e compositor Francisco Bosco. O projeto abrigou durante duas semanas uma gama de artistas jovens, de todas as áreas, propondo revelar o que havia, à época, de melhor sendo feito no Rio de Janeiro. O que mais? Nesse show contaremos com o auxílio luxuoso (não é assim que se fala?) do violonista Mazzarolo, que fez os arranjos para os arrojos sonoros propostos por Leprevost em seus poemas-canções. Também o maestro Otávio Camargo (este mesmo, que é professor da Belas Artes e dirigiu a Ilíada no teatro etc) dará uma canja tocando Gilda, parceria sua com o polaco da barreirinha Thadeu Wojciechowski, em interpretação de Leprevost melodramática, arrebatada, em suma, digna da própria Gilda.
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